sábado, 5 de abril de 2014

Atividades para o tema COPA DO MUNDO BRASIL 2014


A Copa do Mundo Brasil 2014 é uma realidade. Gerações e gerações vivenciarão mais de perto um evento desse porte. A partir de agora, atividades com o tema Copa do Mundo serão postadas para facilitar o trabalho de quem deseja trabalhar com o assunto em sala de aula.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

1964 - 2014 (50 anos) O golpe foi militar, mas o apoio foi civil

O golpe civil-militar de 1964 completou 50 anos em 31 março  2014. Durante 21 anos, o Brasil viveu seus piores momentos, quando o dinheiro público foi empregado para matar, torturar e fazer desaparecidos. O que queriam os jovens estudantes secundaristas? L I B E R D A  D E para viver, pensar, criar, ir e vir... A ditadura foi um duro golpe na democracia, comprometendo a nossa educação e o desenvolvimento do País, porque aqueles que estavam no comando só pensavam em uma coisa: extermínio dos que não concordavam com as atrocidades.

O evento "Ditadura - Direito à Memória: 50 anos do golpe militar de 1964" promovido pelas secretarias da Educação e de Cultura e Fundação Pedro Calmon enaltece os mortos, desaparecidos,  sobreviventes e seus familiares, mostrando para o público em geral imagens e informações relevantes sobre o período: feira de livros, exibição de filmes e documentários, exposição de fotos, palestras, peça de teatro, site temático, rodas de conversa, música, debates....

O Teatro Castro Alves (III Fórum do Pensamento Crítico, 24 a 28 de março 2014) e o Complexo Cultural dos Barris (Ditadura - Direito à Memória, 2 a 4 de abril 2014), o Forte do Barbalho entre outros tornaram-se palcos de justas e devidas homenagens, incluindo o lançamento do livro Mortos e Desaparecidos Baianos.


         

domingo, 1 de dezembro de 2013























 2º Encontro Estudantil Todos pela Escola - ciências, arte, esporte e cultura, megaevento educativo que possibilitou uma gama de experiências, nas diversas áreas do conhecimento humano, a estudantes da rede estadual (capital e, maciçamente, interior) professores e gestores, além de visitantes e dirigentes da Secretaria Estadual da Educação. O local, bastante apropriado para grandes eventos - Itaipava Arena Fonte Nova - estava impecável. Nesta postagem, imagens da  Arena e Mostra do AVE - Artes Visuais Estudantis. 

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Atividades científicas, artísticas, esportivas e culturais, desenvolvidas por estudantes da rede estadual da Bahia, ganham destaque, entre quarta (27/11) e sexta-feira (29/11), na Itaipava Arena Fonte Nova. Trata-se do 2º Encontro Estudantil Todos pela Escola: ciência, arte, esporte e cultura, projeto desenvolvido pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia que envolverá cerca de 20 mil pessoas, entre estudantes, professores, familiares, artistas, intelectuais e a sociedade em geral.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

AUTONOMIA DE VÔO



Artigo publicado na revista Educação, São Paulo, Segmento, ano 11, n.128, p. 66-67, dez. 2007.

Lucília Coimbra*

Muito se tem falado sobre o desinteresse dos alunos pela boa leitura. Mas, de que leitura se trata? De textos impressos? Quem pode determinar o que é uma boa ou má leitura, sem levar em consideração o universo dos educandos? Essas reflexões são pertinentes, num momento em que as possibilidades de leitura se multiplicam com uma velocidade impensável há poucas décadas.

É bem simples afirmar que os alunos não lêem. O que há, na verdade, é sempre alguém decidindo o que eles devem ler. No caso dos livros denominados paradidáticos ou mesmo os da literatura consagrada, eles não os escolhem e, na maioria das vezes, lêem sem envolvimento, apenas por obrigação. Onde está a autonomia do leitor? Seu campo de interesse é levado em conta? Em salas de aula, é comum utilizar como principais instrumentos de leitura, apenas o livro didático e variações - módulo, apostila, reproduções xerográficas avulsas - e livros escolhidos pelos professores. Nesse caso, a participação do aluno é totalmente anulada.

Sabe-se que muitas escolas, normalmente, privilegiam o texto escrito, automatizando-o, sem considerar outras possibilidades de leitura que contribuam para uma melhor ampliação do universo cultural dos educandos. E isso é possível por meio da leitura das diversas formas de expressão, também consideradas linguagens, no sentido amplo, tais como a pintura, a escultura, o filme, a música, a peça teatral, a fotografia etc.

Vivemos em uma sociedade multicultural que produz intensamente bens simbólicos não-verbalizados resultantes da criação estética e comunicacional. Estes devem ter espaço para as devidas apreciações, mesmo porque ampliam saberes ao longo da história.

Aqui, centraremos a nossa discussão no que se refere às perspectivas textuais representadas no material didático, principal instrumento de mediação da aprendizagem no espaço escolar. Nele, ainda encontramos situações que se distanciam da realidade dos alunos. Ora, se os educandos não forem preparados para compreender as formas de linguagens que os rodeiam, e, se os textos escritos não apresentam nenhuma ligação com o seu cotidiano, ou que sejam do seu interesse, possivelmente a leitura não terá a funcionalidade que dela se espera.

Em certos livros didáticos, notamos a presença de textos que não despertam o interesse dos alunos para a leitura e nem propõem uma intervenção do leitor. Textos dessa natureza, geralmente, são subutilizados como pretextos para outras atividades, tais como: abordagem gramatical, ensino da ortografia para apropriação do sistema de escrita e conhecimento do vocabulário. Esse fim utilitário descarta todas as possibilidades de análise que uma leitura apropriada pode oferecer e não provoca, nos educandos, o interesse pelo ato de ler.

Espera-se que os alunos despertem para o prazer da leitura, que se transformem em leitores atentos, tenham capacidade de abstração e de interpretação, adquiram autonomia. Expectativas que, na maioria das vezes, não condizem com as práticas empregadas pela escola, a exemplo da uso constante de textos fragmentados e/ou inadequados, principalmente no material didático. Trata-se de um fator relevante, já que pedaços de textos não contêm todas as intenções do autor para o leitor, de maneira que este perceba o implícito, as idéias subjacentes que exijam dele intervenções na recepção textual. Dessa forma, a leitura não contribui para a formação do leitor.

Outro fator importante: a escola não deve desconsiderar que o envolvimento com a leitura varia de aluno para aluno, o que impossibilita o nivelamento dos leitores. Além disso, determinadas práticas de implantação da leitura no ambiente escolar não funcionam. A lista de livros preparada pela escola não incentiva a leitura, pois não considera o interesse do aluno e o prazer que a escolha de um livro ou de um texto pode proporcionar. Muitas vezes, as obras selecionadas, à revelia do leitor, têm foco na avaliação escrita no final de cada período pedagógico. É assim que se estabelece a distância entre o aluno e a biblioteca. Por que visitar uma biblioteca, se já existe uma lista de livros determinando o que deve ser lido?

A formação de um leitor passa por um processo e não se deve considerar a leitura apenas a decodificação de sinais gráficos. Ela vai muito além: possibilita intervenções, questionamentos, inferências e hipóteses. No caso da educação de jovens, necessário se faz oferecer-lhes subsídios, com base na construção e na participação efetiva que contribuam para a sua transformação em produtor de significados, capaz de lidar com os diferentes códigos - lingüísticos e não-lingüísticos - na escola e na sociedade em que vive. Se a leitura for conduzida de forma mecânica, ou considerada como atividade secundária, provocará nos alunos dificuldades em abstrair idéias e realizar análises críticas que culminem em ações transformadoras.

No âmbito educativo, a leitura é atividade precípua no processo de ensino e de aprendizagem, pois permite aos educandos elaborar seu mundo de referências, formar opiniões e fazer intervenções. Tais possibilidades lhe aguçam uma percepção mais consciente do que está ao seu redor, como também da interpenetração entre os vários campos do conhecimento - cultural, histórico e científico, por exemplo -, o que faz da leitura um passaporte para a aquisição de experiências significativas para o indivíduo e para o grupo social a que pertence.

Pensar os problemas da leitura na escola deve ser uma preocupação constante não somente das instituições de ensino. Formar sujeitos leitores significa permitir-lhes acesso ao bens culturais e condições de interagir com outros sujeitos no espaço social, o que resulta em melhor desenvolvimento da própria sociedade. O redimensionamento das atividades de leitura é de grande importância, quando se considera os contextos em que vivem os educandos e que competências se pretende neles desenvolver.

A criação e implementação de projetos com foco nas relações entre os diversos gêneros de textos e diversidade de linguagens, integrando-os à vida prática do aluno, é um passo decisivo para promover mudanças e permitir que a leitura contribua para ampliar as habilidades lingüísticas dos indivíduos em situação escolar, de forma que eles possam aplicá-las na vida em sociedade.

*Especialista em Estudos Lingüísticos e Literários pela Universidade Federal da Bahia e docente da rede oficial de ensino do Estado da Bahia.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Diversidade lingüística na escola


Artigo publicado no jornal Gazeta Mercantil. Cad. Bahia, 26 mar. 2001, p. 2

Lucília Coimbra*

O tratamento que os livros didáticos dispensam à abordagem dos aspectos gramaticais segue a linha normativa com pouquíssimas possibilidades de discussão sobre a variedade não-padrão da língua. Esse ponto deve ser cuidadosamente observado pela escola que, muitas vezes, adota livros cujo teor está distante da realidade lingüística do aluno, porque não encontra disponível um material acessível, capaz de atender à necessidade de sua clientela.

Ao professor da língua materna fica a responsabilidade de encontrar formas de mostrar aos alunos as diferenças dialetais, conscientizando-os dos distintos modos de falar, para que possam adotar um estilo próprio de expressão. Mas se o professor desconhece as regras do português popular, embora o utilize, sem perceber, também não a notará na linguagem do aluno, fato que pode dificultar a identificação do emprego da regra não-padrão.

O trabalho com a variedade lingüística dos alunos, embora ainda não esteja estabelecida uma política lingüístico-educacional, é de grande importância, mas boa parte do professorado não tem formação lingüística, o que o impede de compreender as variedades da língua, como também o valor que elas possuem como sistemas estruturados e coerentes e que, socialmente, uma variedade é mais prestigiada que a outra.

A posição radical freqüentemente adotada frente ao usuário do dialeto de menor prestígio não o levará a adquirir a variante-padrão e adotá-la em suas mais diversas situações de comunicação. Inferimos que, se a escola mudar o seu procedimento, conseguirá estabelecer uma melhor compreensão da diversidade lingüística, valorizando todos os dialetos com o intuito de evitar a discriminação dos falantes da variedade não-padrão, o que poderá amenizar certas situações constrangedoras que esses falantes enfrentam, pois vivemos em uma sociedade em que o preconceito lingüístico ainda é bastante intenso. A própria instituição escolar ainda não tomou consciência de que a variedade padrão é dotada de maior prestígio por razões históricas e sociológicas e não por questões lingüísticas, portanto esse é mais um motivo para que se amplie a sua visão em relação ao uso da língua na escola.

No campo da sociolingüística já existe uma proposta de trabalho denominada bidialetalismo que reconhece as duas variedades lingüísticas. Com base no bom resultado do ensino bilíngüe, a educação bidialetal tem como princípio considerar como legítimo o dialeto não-padrão, mas também propiciar o ensino da variante-padrão para que o falante empregue um e outra nos contextos adequados.

Segundo os pesquisadores, a adoção dessa política trará melhor proveito a alunos procedentes de áreas distantes, como a zona rural e periferia dos centros urbanos, que têm pouco contato com a variedade lingüística padrão. Iniciativas dessa natureza podem concorrer para minimizar a situação, pois o trato adequado e respeitoso às diferenças dialetais irá contribuir para uma melhor atuação escolar do aluno, afastando alguns fatores que provocam o baixo rendimento, evasão, alto índice de repetência e, conseqüentemente, gerando mais interesse, segurança e estímulo, o que possibilita uma melhor integração entre o aluno, a escola e a sociedade.

É importante que se discuta sobre os aspectos que contribuem para a ocorrência da variação lingüística e o tratamento que a escola dispensa à questão, quando não leva em consideração as diferenças dialetais presentes em qualquer língua. As pesquisas sociolingüísticas apontam para as transformações que beneficiarão, principalmente, os educandos que não apresentam familiaridade com o domínio padrão da língua cujo acesso só têm os segmentos mais próximos dos centros urbanos ou áreas geográficas mais desenvolvidas. A proposta da educação bidialetal é legitimar as duas variações lingüísticas, levando ao aluno o conhecimento da variante-padrão, ao tempo que reconhece o dialeto não-padrão. Dessa forma, fatores que contribuem para o baixo rendimento escolar, repetência e evasão podem ser banidos das instituições de ensino.

*Especialista em Estudos Lingüísticos e Literários pela Universidade Federal da Bahia, revisora de textos para publicações diversas e docente da rede oficial de ensino da Bahia. E-mail: lucoimbra2001@gmail.com